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Campo Mourão possui uma história rica que se estende desde os tempos em que era um oásis para os dinossauros, há milhões de anos atrás, evidenciado pelos fósseis encontrados em Cruzeiro do Oeste. Já a narrativa humana da região começou com os indígenas Caingangue, presentes há mais de 5 mil anos, cujos profundos costumes continuam a influenciar a sociedade local até hoje.
Já a exploração europeia da área data de 1561, quando o capitão Alonso Riquelme de Guzmán, junto de cem soldados, partiu rumo ao leste nas matas entre os rios Ivaí e Piquiri e maravilhou-se com as araucárias que dominavam a paisagem. Anos mais tarde, por volta de 1769 e 1770, o coronel Afonso Botelho de Sampayo e Sousa liderou uma expedição pela região, e sob ordens do governador da província de São Paulo, Dom Luís Antônio de Sousa Botelho Mourão, batizou as novas terras descobertas com seu sobrenome, tornando aquele campo aberto os “Campos do Mourão”.
Em 1880, uma exploração dos Campos do Mourão realizada por Norberto Mendes Cordeiro, e subsequentes relatos da riqueza da região — quem incluíam uma audiência com o Imperador Dom Pedro II — marcaram o início do reconhecimento oficial dessas terras. Após isso, as primeiras famílias pioneiras, lideradas por José Luiz Pereira em 1903, enfrentaram uma região selvagem, desafiando perigos e isolamento para estabelecer as bases da comunidade.
Como resultado da incansável luta de seus moradores e lideranças, em 1947 Campo Mourão se consolidou como município, registrando um marco que impulsionou seu desenvolvimento. Com o tempo, a cidade evoluiu para se tornar um centro de agricultura, educação e cultura, destacando-se pela fundação da Coamo, uma das maiores cooperativas agropecuárias da América Latina, e pela criação de instituições de ensino superior, como a Unespar, o Centro Universitário Integrado e a UTFPR.
A cidade também se desenvolveu em outras áreas, com a criação de edifícios como o Paço Municipal 10 de Outubro, centro administrativo da cidade, a Biblioteca Pública, o Teatro e o Museu Municipal, centros de arte, conhecimento, cultura e história da cidade, entre vários outros. Pontos como o Chafariz da praça e a Catedral São José se tornaram cartões postais de Campo Mourão.
A culinária local foi enriquecida pelo Carneiro no Buraco, um prato que se tornou símbolo da cidade. Campo Mourão também se destacou na cultura e no esporte, sediando eventos significativos e desenvolvendo infraestruturas que promovem a qualidade de vida e o bem-estar de seus cidadãos.
Na atualidade, a cidade continua a se orgulhar de ser uma referência em inovação e empreendedorismo no Paraná, mantendo um equilíbrio com o meio ambiente e investindo em projetos que asseguram a sustentabilidade e o crescimento contínuo. A trajetória de Campo Mourão, desde seu princípio, é um testemunho da resiliência e do espírito pioneiro de sua gente. Honrando sua história enquanto olha para o futuro, ela se se apresenta como uma inspiração de como comunidades podem se transformar e prosperar através dos séculos.
Deolindo Mendes Pereira nasceu em 1º de setembro de 1912, filho de Adelaide Mendes Pereira e Miguel Luiz Pereira. Foi casado com Marcolina Pereira.
Morou em Campo Mourão, na Fazenda Indaiá, comprada por seu pai, com 1110 alqueires. Colonos de São Paulo, foram trazidos para trabalhar na plantação de café.
Com o declínio do ciclo do café, mudou-se para Pinhalão, hoje Farol, e posteriormente para Engenheiro Beltrão, onde foi eleito vereador.
Ao longo de sua vida, Deolindo guardou peças utilizadas na colonização de Campo Mourão, a pedido de seu pai.
Com a fundação do Museu Municipal em 1978, doou as primeiras peças para o acervo do museu.
Durante 12 anos, acompanhou a organização do museu, participando de gincanas escolares, concedendo entrevistas a alunos e contando sempre a saga da família Pereira nos Campos de Mourão, desde sua chegada em 1903.
Deolindo faleceu em 14 de janeiro de 1991, em Campo Mourão, a terra que amou e da qual ajudou a preservar a história.
A concepção inicial do projeto surgiu em Março de 2023, movida pela vontade de criar uma maneira inovadora e engajadora para que as crianças e o público em geral pudessem conhecer a rica história de Campo Mourão através de um gibi. A ideia era transformar eventos históricos e figuras importantes em narrativas visuais cativantes que pudessem tanto educar quanto entreter.
A partir de então, diversas reuniões foram feitas para consolidar o Projeto. A equipe técnica da Secretaria da Educação de Campo Mourão se reuniu com a Moai Comunicação e a Direção do Museu na tentativa de uma proposta que atendesse os interesses. Assim, um contrato foi formalizado em maio e o trabalho iniciado. Após os tramites burocráticos, o contrato entre a Prefeitura de Campo Mourão e Moai Comunicação foi assinado em 14 de Setembro de 2023.
Já em Agosto de 2023, demos início ao processo de criação do roteiro. Essa etapa foi dedicada à pesquisa histórica e ao desenvolvimento da narrativa, buscando um equilíbrio entre fidelidade aos fatos e criatividade na apresentação dos conteúdos. A equipe se concentrou em identificar os eventos mais significativos e personagens emblemáticos para incluir na história em quadrinhos.
Para isso, utilizamos como subsídio o livro “Campo Mourão: A Construção de uma Cidade” do historiador Jair Elias dos Santos Júnior. Selecionamos os fatos relevantes de nossa história e tivemos todo o cuidado de transformá-los em quadrinhos ricos e interessantes para nossas crianças.
Em outubro, começamos a definir o estilo visual que daria vida ao roteiro. A busca foi por um artista capaz de capturar a essência do município e de sua história, com habilidade para representar de forma fiel e ao mesmo tempo atraente os diferentes períodos históricos. Para isso, a missão ficou com Tiago Silva, desenhista mourãoense que presta serviços para a Moai Comunicação e assina a obra em conjunto.
Ainda em outubro, em reunião com a Equipe Técnica da Secretaria de Educação, definimos as características e também batizamos as nossas crianças, e assim nasceu os nossos personagens principais: Enzo Miguel, Maria Eloíza, Ryan Pedro, Ana Clara e, claro, o nosso querido Seo Deolindo!
A primeira versão do roteiro e as ilustrações preliminares foram finalizadas em novembro, marcando uma etapa importante do projeto. Isso permitiu à equipe revisar o trabalho até o momento e fazer ajustes necessários, assegurando que a história fosse contada de forma coesa e que as ilustrações complementassem a narrativa de forma eficaz.
Após inúmeros ajustes, tanto de alterações no roteiro e quanto nas ilustrações, tínhamos em mãos a versão final. E em 21 de Março de 2024 o nosso tão sonhado Gibi foi enviado para impressão. Após 15 dias de espera, recebemos as versões impressas com todas as cores e desenhos lindos.
O lançamento do Gibi, celebrando a concretização de meses de dedicação e trabalho em equipe, foi realizado em 26 de Abril de 2024. Esse evento não apenas marcou a finalização do projeto, mas também iniciou uma nova fase de disseminação da história de Campo Mourão para as crianças e o público em geral, contribuindo para a educação patrimonial e o fortalecimento da identidade cultural local.
Temos certeza que esse Gibi será uma forma divertida e agradável para as crianças aprenderem mais sobre esse lindo município.
